Pensações

Pensações

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Rabiscos

Trago meus rabiscos em meus pensamentos. Emolduro quadros de textos que ainda não escrevi. Procuro na desordem das minhas perguntas, respostas ordenadas...mas nãs as encontro.
Voo alto, na altura das galáxias tentando encontrar os deuses que me inspiram. Também rastejo no chão, mas meu chão é de estrelas.
E rabisco em cores o ser que queria ser. Errante, pra ser humana. Coerente, pra ser do mundo. Calma, pra me reconhecer. Brava, para atacar e me defender. Simples, pra compreender. Próspera, para obter.
Rabisco meus erros em papel reciclável, meus acertos em folhas de rascunho, minhas conquistas nos diários que um dia vou escrever, meus fracassos nos murais do meu pensamento.
Tenho dores em areia movediça, alegrias em chão de grama. Refresco-me em águas de cachoeira e traço meus traços juntando destroçosque eu mesma reergui.
Minhas viagens, eu rabisquei em lindas praias e pirâmides.
Minhas imagens, minhas paisagens, minha vadiagem, rabisco na dança do nada de onde retiro o leite sagrado que faz de mim a força de tudo preencher.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Cair da tarde

Eu gosto do cair da tarde. Parece-me que as cores ficam pardas e as pessoas um pouco mais calmas.

Berço da noite, as árvores se enfeitam para liberarem vida e as senhoras regam suas hortas rechedas de plantas e ervas.

O cair da tarde tem cheiro de café recém-passado e sensação de pause numa cena bem bonita daquele filme preferido.

Na verdade, a tarde não cai. Ela levanta-se para ocupar, a lua, sua cadeira espacial.

Tenho a imprensão que os pássaros, nessa hora, querem voltar aos ninhos.

No cair da tarde não sabemos se acendemos ou deixamos a luz apagada. É um ver não vendo danado.

As fadas e salamandras nos visitam e espalham por todos os cantos pozinhos iluminados que nos fazem compreender o abstrato das horas seguintes. Caso contrário, ficaríamos perdidos na escuridão da noite, no vazio que, às vezes, ela traz.

No cair da tarde os bebês ficam mais cheirosos, assim, como um passe de mágica e as mães, zelosas, com seus seios fartos, os amamentam numa eterna troca de olhinhos, olhares, dedinhos e biquinhos...

Veem-se mais pessoas nas janelas a olhar...o cair da tarde.

O sol despede-se silencioso em sua veste de ouro para repousar para nós e iluminar outras vidas, em horizontes distantes...

As beatas se perfumam para, em grupo, visitarem a sacristia, numa procissão que não termina nunca.

No cair da tarde perdemos um pouco a lucidez e, talvez, com a mão no queixo sobre a mesa, nos damos um tempo pra pensar no sonho da noite passada e no bolo de fubá de nossa avó.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Menina Maluca

Menina Maluca
Do pé da laranjeira
Não desce sem espinhos
Mas quando chega
Lá embaixo
Chupa...
o mel dessa fruta.